Por Luiza Kons
Idiota essa coisa de andar por aí e não ver nada. De só enxergar dentro da cabeça. De só fitar problema. De só expor as dores da rotina maçante do colega chato que não te compreende. Tão bom sair disso e perceber que lá fora das suas estressadas massas cinzentas existe um mundo, e que esse mundo está perto, na verdade no seu próprio bairro, em um virar de esquina, ou na subida de alguns degraus. Ali existe alguma coisa mágica.
Por Natália Duane de Souza
A alemoa estava para fora da casinha germânica pendurada na parede da residência dos meus avós, indicando um dia ensolarado. O termômetro acoplado ao artesanato, vendido em Blumenau para turistas, indicava algo entre 37 e 40º C. De qualquer forma, às três da tarde, estávamos sentados na cozinha, com uma xícara de café e a mesa posta: com pães caseiros, diversas chimias e cuca de farofa. Meu opa, entre uma mordida e outra, limpou a farofa do canto da boca e, apontando para minha oma, disse:
– Mãe, vamos fazer um acordo. Se você for primeiro, eu vou atrás. Se eu for primeiro, você vem atrás de mim…
– Eu não! Se você quiser vir atrás de mim, o problema é seu.
...observar e refletir os fenômenos para, percebendo-os, poder expressá-los 