Passages

Porque afinal somos todos passageiros

Por Nahomie Laurore

As passages^[1] dessa vida podem carregar uma panóplia de surpresas. Vai de momentos de felicidade incontestáveis até decepções e tristeza. Encontramos pessoas, enfrentamos situações que nos deixam renovados, cheios de energia ou então cansados, mas continuamos na estrada. Não cessamos de  seguir. Desistir está fora do dicionario dos nossos sonhos, pois acreditamos que os obstáculos são apenas passagens.

Talvez isso seja o raciocínio pelo qual foi motivado o  Anderson para iniciar essa viagem. Ele veio para Florianópolis há um mês e alguns dias. Ele já morou também no Rio Grande do Sul por um ano e sete meses, porém não é nativo de lá. Bem anterior a isso, três anos atrás, ele estava no Equador participando de um programa de estudo em medicina. Antes de pisar em solo equatoriano, morava no Haiti, na capital Porto Príncipe. E ainda não era de lá, mas nasceu próximo àquela região, numa outra cidade chamada Thiotte.

O HAITI NO BRASIL, OU SERIA O CONTRÁRIO?

Joseph exibe com orgulho a bandeira do seu país.

Por Samantha Sant’Ana

Cada segundo importava. Cada segundo importava porque se Pierre Joseph Nelcide, 31, e seus vizinhos tivessem parado para pensar no que estava acontecendo, teriam ficado soterrados em meio aos escombros do edifício. No dia 12 de janeiro de 2010, o Haiti – país da América Central localizado na porção ocidental da ilha de Hispaniola, no arquipélago das Grandes Antilhas – foi atingido por um terremoto de magnitude 7,3 na escala Richter. A capital, Porto Príncipe, foi a região mais atingida, o epicentro estava a apenas 22 quilômetros de distância e a dez de profundidade. Praticamente todas as construções ficaram destruídas. Logo em seguida, dois novos tremores – ainda que de menor intensidade – agravaram a situação.